domingo, 23 de novembro de 2014

" Foi como estar flutuando nas águas térmicas de um paraíso."

     


O dia estava agradável, o sol sutilmente acariciava nossa face. Demoramos alguns minutos para chegar até lá. Após tantas subidas e curvas, finalmente tivemos o privilégio de apreciar aquela linda obra de arte feita por Deus. O céu estava pintado por um azul médio e as nuvens não faziam nenhum desenho a não ser o típico formato delas, aquele geralmente desenhado pelas crianças. O olhar dele sorria mais que os lábios, já imaginava que ele fosse ficar assim. Afinal, na primeira vez que olhei suas fotos em uma rede social, havia algumas ao ar livre, logo, ficou evidente que ele era um amante da natureza. Após apreciarmos a cidade lá do alto, fomos caminhando para um lugar que onde as atrações  eram ruínas e árvores. O levei lá porque uma vez fui com uma amiga. Ele gostou e comentou que também já havia estado por ali.
    Bebemos um pouco de água e nos sentamos em um banco de madeira antigo empoeirado. Ele cruzou as pernas e começou a olhar para cima, como se estivesse pensando em algo. Eu, na verdade, estava pensando o tempo todo, principalmente no quanto era incrível estarmos ali. Eu não entendia muito bem minha tamanha euforia, sinceramente, não entendia era nada! Nem o porquê de não ter conseguido tirá-lo da cabeça desde a primeira vez que o vi.

     - Mas então, você terminou o namoro recentemente “né”? Disse ele um pouco receoso, mas decidido.
      - É... respondi. Não demonstrei alegria, tampouco infelicidade.
      - Como está se sentindo? disse ele com um tom interrogatório.
      - Estou me sentindo ótima! Não tivemos problema algum. Nós terminamos pelo bem de ambos.      Não colocamos o fim de uma maneira trágica. Foi um término sadio e maduro.
      - Bom... isso é muito bom! Nem sempre os relacionamentos terminam dessa forma! Disse ele olhando em meus olhos.
      - Aproveitando a curiosidade dele, comecei a falar:  Senti que era o momento de viver coisas novas. A minha vida ansiava por isso. Sei que tudo que eu passei com ele me acrescentou muito, aprendi muitas coisas. Mas passou! Depois disso, uma contradição aconteceu. Pude perceber que estou mais preparada para viver um amor. Achei que aconteceria diferente, que eu fosse ignorar qualquer coisa que me lembrasse um relacionamento. Mas entendi que, por mais que fujamos, o destino encontra uma maneira de fazer nossos corpos se atraírem por outros. Não escolhemos. Simplesmente podemos nos apaixonar ao virar a esquina e encontrar o sorriso de alguém.
      - Ele assentiu. Pegou uma folha seca que estava ao lado do seu pé direito, e começou a rasgá-la.
      - O que foi? Disse eu sorrindo, sem entender o silêncio dele.
      - Ele deixou a folha. Colocou as duas mãos em cima do banco e ficou mirando em um ponto fixo, ainda, sem dizer sequer uma sílaba.
    Cautelosamente coloquei minha mão direita sobre a mão esquerda dele, sem pressionar. Ele suavemente virou-se para mim. Ainda sem dizer nada, se aproximou cada vez mais e fechou os olhos, nesse momento, parei de respirar e acho que ele também. Fechei os olhos. Pude sentir seu perfume cada vez mais forte se misturando com o cheiro de terra molhada. E sem que pudéssemos perceber, nossos lábios se encontraram. Meu coração se calou e por alguns instantes, não senti o meu corpo nem a presença de algo ao nosso redor. É como se todo o meu eu estivesse ali, naquele beijo. Seus lábios se encaixavam perfeitamente aos meus. Não foi um beijo eufórico, foi como estar flutuando nas águas térmicas de um paraíso. Ouvíamos apenas o som dos pássaros e uma canção chamada: sintonia.
Após essa pausa que tivemos do mundo, precupado, se explicou:  - Desculpa, enquanto eu estava em silêncio, estava tentando me convencer de que ainda não era a hora de fazer isso. Depois de ouvir tudo o que me disse, minha única vontade era essa...
Sem me importar com nada, o respondi: Acho que agora sou eu quem está sem palavras! Sorri e o abracei olhando para os galhos secos de uma árvore...





segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Fonte inspiradora: engarrafamento



Eu sabia que deveria ter pegado o ônibus mais cedo, porém, a insistência dos meus familiares para eu ficar mais um pouco, me fez ir à outra hora. Agora, estou aqui, já são quase 20:00 e estou extremamente longe do meu destino final. Engarrafamento. Tinha que ser! O ônibus percorre poucos metros e fica estagnado por vários minutos. É incrível o tempo que as pessoas perdem enfornadas dentro de um automóvel em uma rodovia qualquer.  Quanto desperdício de vida, talvez. Para quem dirige, acredito que sim. Para aqueles que estão com a mente e o corpo físico livre, pode-se tirar algum proveito. Eu por exemplo, carrego comigo um livro, meu celular e muitos pensamentos. Tentei ler um pouco, mas minha mente ansiava outra distração. 

Tentei fechar os olhos e cochilar, mas apesar de estar bocejando a todo o momento, apenas a cama é capaz de me fazer adormecer com facilidade. Sem alternativas para passar o tempo, peguei o celular. Sem sinal para ligações e muito menos com conexão com a internet. Uma pena! Ou quem sabe, uma dádiva! Nada mais digno que escrever quando não me resta mais nada a fazer. Apesar de a escrita ser considerada para mim uma prioridade, ela sempre me salva nos momentos em que não há opções.
Escrever, escrever e escrever. Como amo esse dom que Deus me deu! Escrever parece tão fácil, meus dedos percorrem a tela com euforia e em poucos segundos já se formou uma frase. Há aqueles que têm uma dificuldade enorme em externar na escrita o que se passa por dentro deles. Porém, alguns deles podem ter uma enorme habilidade em falar em público, o que não é o meu caso.
Hoje eu fiquei profetizando que um dia lançaria um livro, entretanto, brinquei ue usaria um pseudônimo pois não estava certa se seria bom ter fama. Quero alcançar corações com minhas palavras, mas me assusta a ideia de  entregar minha vida para observação. Talvez não seja tão ruim assim, afinal, existem muitas pessoas queridas por ai que tem autores como ídolos. É.... sonhar não faz mal! Há mais ou menos 5 anos almejo isso. Acredito não falar todos os dias sobre ser autora, mas certamente meu interior deseja a cada segundo que esse sonho se realize. Pensando nisso, me vem o temor das pessoas pararem de se importarem com livros, mas, quando olho para mim e minhas amigas que amam ler, vejo que seria um absurdo se acontecesse e que muito provavelmente existiriam pessoas sedentas por palavras.

20h05min. Meus dedos começaram a doer, o ônibus começou a andar, mesmo que lentamente. E eu, continuo sem sinal no celular e sem ânimo para fazer qualquer outra coisa. Algumas pessoas dormem, outras estão conversando e eu sou um ponto de luz no meio dessa escuridão. O mais incrível é que eu acabei de escrever centenas de palavras e ninguém ouviu ou leu nenhuma delas. Vantagens de ser escritora.


Lágrimas precedem sorrisos




Dor, uma vez estudei que existem de vários tipos, dentre eles, para mim, a emocional é a pior delas. Sentir-se triste devido às circunstâncias ao nosso redor é um tanto desagradável. Porém,  pior do que viver um momento difícil, é ver as pessoas que você ama lutando para conseguirem  extrair de uma face triste, um mero sorriso no rosto. Ultimamente eu tenho me perguntado bastante o porquê de pessoas tão boas sofrerem tanto. Parece loucura, porque há tantas outras que não fazem por merecer e conseguem viver uma vida sem perturbações. Mas, acredito que na vida, ainda que nossos olhos não consigam enxergar e nossos ouvidos ouvirem ou a mente deduzir, há uma explicação silenciosa que pousa em nosso interior através da voz de Deus
.
 Existe um versículo que diz que no mundo teríamos aflições, entretanto, em muitos outros podemos observar o amor e cuidado do nosso Pai. Se pararmos para pensar, tudo seria mais fácil se não tivéssemos que superar limitações e adversidades. Contudo, se irmos mais a fundo, chegaremos à conclusão de que, a grande maioria das coisas que conseguimos nos aperfeiçoar, foi em função de muita dedicação e persistência. Há uma semelhança entre a grande maioria das pessoas que vivem um verdadeiro momento desolador, são seres maravilhosos. Pode ser contraditório, mas ainda que a vida as deixe de mãos atadas, elas sempre estão de braços abertos para acolher aos outros. Claro que existem exceções, pois há aqueles que fazem de sua lamentável história, uma justificativa de suas falhas. Isso acontece geralmente com aqueles que não sabem extrair o melhor de cada lição e que não veem e não entendem os propósitos de Deus em cada  detalhe de sua existência.


Eu me considero uma pessoa feliz e, atualmente, não vivo nenhum devaneio. Porém, já convivi com lágrimas recorrentes nos olhos, e o mais curioso disso tudo é que tenho boas lembranças delas. Cada molécula que percorreu minha face, trouxe consigo uma marca da promessa de que o melhor de Deus estava por vir. É clichê dizer isso, porém, felizmente posso dizer que isso é verdade!

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Esperar até quando?



Esperar, esperar e esperar. Quem é que gosta disso? Acredito que ninguém. Nem vem dizendo que você é uma pessoa paciente. Nós temos o hábito de ansiar coisas imediatas. Mas se analisarmos ao nosso redor, ou até mesmo o mundo antigamente, veremos que nada surgiu em um piscar de olhos. Invenções, descobrimentos, praticamente tudo que foi gerado ao longo da humanidade, teve um processo e um tempo a obedecer. Lembra de você? É! Quando você esteve por 9 meses na barriga de sua mãe! As tentativas de ficar em pé quando você queria começar a andar, antes de se sustentar, você caiu várias vezes, não é? Talvez fazendo essas pequenas reflexões, estejamos encontrando uma conclusão geral da vida. E essa conclusão, seguramente não é novidade para ninguém. TUDO nessa vida se espera! Se espera o primeiro beijo, se espera aprender a andar de bicicleta, se espera para o primeiro trabalho, se espera um bolo de chocolate ficar pronto, para então devorá-lo. Parece maldade fazernos ficar com água na boca esperando para se usufruir de algo que queremos ter, ou até mesmo que sabemos que vai ser nosso. Porém, nada nessa vida é por acaso, creio eu. Quando estamos na "sala" de espera, não estamos vendo o tempo passar apenas, na maioria das vezes estamos usando esse intervalo para crescermos, aprendermos alguma lição. Assim, amadureceremos e valorizaremos de forma certa o que nos vai ser dado. Eu sei que é difícil lutar com a ansiedade, as vezes é mais forte que nós. Entretanto, a paciência surge dessas batalhas diárias contra "nosso eu" imediatista.

sábado, 31 de agosto de 2013

Begin Again



Lá estava eu me preparando para mais um sábado a noite. Pintando minhas unhas, meu pensamento era vago, nada me chamava a atenção. Coloquei uma play list romântica qualquer, e comecei a focar nas batidas de cada canção. Até que eu finalizei com minhas unhas, e fiquei parada em frente ao notebook. Ouvindo a música da Taylor switt, "Walked in expecting you'd be late, But you got here early... ♪". Comecei a pensar em tudo, não necessariamente tudo, mas lembrei das pessoas que eu amo amando outras pessoas, felizes. Recordei de ontem, andando de bicleta pela avenida, tirando o óculos e o colocando na cestinha após avistar uma ex paixão, que por certo nem me viu. Voltei ao sábado retrasado, sentada na cama com uma vasilha cheia de pipoca e um copo de suco ao lado me fazendo companhia, filme comédia romântica, como não. Calma, isso não é um texto de uma pessoa carente. Longe de mim, até porque não sou dessas pessoas que não sabem viver sozinhas. Eu nunca precisei de algo para me abraçar, além de um pelúcia que uma de minhas melhores amigas me deu. Ok, esse não foi um de meus melhores exemplos. Pelúcia, mas você ainda dorme com pelúcia? Durmo. E daí? Infantil? Pense o que quiser. É mania. Eu gosto. Estou feliz assim. Eu ainda escrevo em diário (que não é tão "diário" assim, já que faz dias que não escrevo nada). Gosto de tarde na beira da orla, de tomar um sorvete em dia de sol com as amigas. Sei lá, me satisfaço  assim. No meu canto. Acabei perdendo o rumo do tema que eu queria escrever a princípio. Amor, casais. Nem sei porque gosto tanto de escrever sobre isso. É sem querer, quase que espontâneo. É ironia, eu sei. Logo eu, que estou tão distante de ir ao cinema de mãos dadas ou de ter alguém para ligar para dizer apenas "boa noite". Mas as pessoas ao meu redor me inspiram. Acho lindo, o amor assistido enche meus olhos. É mais confortável admirar, não dói, não fere. É tão bom escutar histórias "A primeira vez que eu o vi..." ou então "nosso primeiro beijo...". É, gente, esses dias eu descobri esse meu mal. Sonhadora, que gosta de coisas inalcançáveis. Gosto de idealizar, estar na plateia esperando por algo que talvez não exista. Eu sou uma daquelas pessoas chamadas "românticas". Casualmente, uma video aula de literatura me descreveu. Foi ai que eu não me senti sozinha. Meu jeito, meu instinto nasceu no século XVIII. Apesar de não ser daquelas pessoas que dizem "eu nasci na época errada". Gosto de saber que tenho algo daqueles tempos, mas ainda sim vivo nesse mundo atual. Onde coisas valiosas são quase que imperceptíveis aos olhos dos despercebidos, que não enxergam, não sentem, o que eu vejo e sinto. Enfim, acho que me estendi demais. É que eu me empolgo. Ainda estou escutando aquela música da Taylor, porque já apertei o play umas 5 vezes, ou mais não sei, para alimentar a minha inspiração.  Deixo vocês com ela "‘Cause you throw your head back laughing like a little kid ... ♪"

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Tédio?


Fui buscar inspiração na minha dor e acabei percebendo que eu não estava sofrendo. Mas então, o que eu estou sentindo? Talvez seja um daqueles sentimentos  que ninguém sabe dizer ao certo o que é. É uma mistura de solidão com o excesso da presença de mim mesmo. Solidão? Tendo contato com tantas pessoas? Impossível. Na verdade, o que eu estou sentindo não passa daqueles momentos melancólicos que todo mundo tem vez ou outra. É  quando a gente se depara com um tédio tão imenso, que acabamos nos afundando no vazio. Olhamos para o lado e não vemos nada de interessante, fazemos algo fora do normal, como testar uma maquiagem que você irá usar só no final de semana. Esses momentos passam, passam como chuvas de verão. Lá fui eu citar o verão, sem ainda termos passado pela primavera, lá vem eu e minha mania de viver o futuro. Enfim, não estou aqui para falar das estações e muito menos dos tempos verbais, seja presente futuro ou passado. Na verdade, nem sei mais porque comecei escrever. O que eu queria mesmo expressar? Talvez eu já tenha conseguido deixar minha mensagem. Você deve estar se perguntando, mas que mensagem? Essa, de que de vez em quando nós ficamos assim, confusos, entediados, sem saber o que falar e fazer.

sábado, 17 de agosto de 2013

Pessoas mudam


Fico surpresa com pessoas que não acreditam que o ser humano não muda. A gente muda SIM, e apesar de ser difícil confiar de novo nas pessoas que romperam nosso coração ou que cometeram um erro absurdo, sempre vale a pena dar uma segunda oportunidade, quem sabe até três. Você mesmo deve ser prova viva de que existe mudança interior, pois essas mudanças acontecem a todo instante. Posso até chegar a afirmar com total convicção que eu não sou a mesma pessoa de sábado passado. As atitudes dos demais, os acontecimentos diários, nossas emoções, tudo nos molda e faz com que mudemos para ficar de acordo com nossa atual realidade. Se eu ler a minha agenda e olhar minhas fotos de anos atrás, eu diria que aquela não sou eu. Na verdade não sou mesmo, porque sou uma nova pessoa. A cada ano que passa, a gente se renova. É claro que apesar de estarmos em constantes mudanças, sempre deixamos em nós a nossa essência. Essa essência é que nos faz ser nós mesmos apesar de tais revoluções em nosso interior ou até mesmo em nosso exterior. Assim como pintamos nosso cabelo, deixamos crescer ou cortamos, mudamos nossas opiniões. Mudar de pensamento nem sempre significa indecisão ou ausência de palavra, e sim maturidade. É preciso ser humilde e sábio o bastante para rever os próprios princípios e aceitar novos conceitos. Claro que nesse mundo existem exceções, como aquelas pessoas que parecem que nunca vão mudar. Talvez demore, a mudança pode parecer repentina para os que estão assistindo do lado de fora, mas é um processo lento e demorado para quem está trabalhando nela. Porém, ainda está faltando muita metamorfose nesse mundo, pois os pedidos de melhoras crescem a cada instante. Vocês já devem ter ouvido ou lido por ai que não adianta querer mudar seja o mundo ou as coisas ao nosso redor, sem antes mudarmos a nós mesmos.